sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Relatório sobre política de combate às drogas deve ser votado em dezembro

Dep. Reginaldo Lopes (PT-MG)
O presidente da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), informou que a comissão deve encerrar os trabalhos no início de dezembro, com a votação do relatório. Depois deve ser criada outra comissão para estudar projetos de lei sobre o tema. A informação foi confirmada durante audiência pública da comissão nesta terça-feira (22).
Para especialistas, o crack se espalhou e faltam ações de combate, de prevenção e de tratamento.
Durante o debate, o relator da comissão, deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), afirmou que o relatório está praticamente pronto. “A intenção é distribuir um pré-relatório aos membros da comissão para que eles possam apresentar sugestões, de maneira informal, para evitar possíveis emendas mais à frente. São aproximadamente mil páginas. É uma grande contribuição para que seja criada uma política nacional de combate às drogas”, disse.
Carimbão criticou a decisão do governo de lançar um programa de combate às drogas na próxima terça-feira (29). Ele disse que é um desrespeito ao Parlamento, já que a comissão estuda o assunto há oito meses e fez cerca de 40 viagens para cidades do Brasil e do exterior para conhecer experiências de outros países. “Lançar um programa ou um plano nacional sem ouvir os deputados é um desrespeito. Esse plano é um engodo. Tive a oportunidade de ver a proposta do governo e não tem nada de prevenção nem de reinserção social”, disse.
O presidente da comissão defendeu a decisão do governo. “A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que o programa do governo abrange apenas ações imediatas”, afirmou Lopes.
Investimentos
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Roberto Ziulkoski, disse hoje que as cidades brasileiras não estão preparadas para enfrentar as drogas, em especial o crack. Segundo ele, não há profissionais capacitados, nem infraestrutura para acolher os dependentes químicos.

Ele afirmou que este ano a União deveria investir R$ 34 milhões no combate às drogas, conforme previsão orçamentária, mas até 30 de outubro foram gastos apenas R$ 4,8 milhões. Ziulkoski destacou que em 2010 ocorreu problema semelhante. “O governo federal deveria ter investido R$ 124 milhões, valor previsto no orçamento. Mas foram gastos apenas R$ 5,7 milhões. O que os governos federal e estaduais estão fazendo para enfrentar o problema?”, questionou.
Ele apresentou uma pesquisa feita pela entidade sobre o crack no País. O estudo, feito em 2010, abrangendo 3.950 cidades, mostrou que 98% dos municípios já enfrentam dificuldades relacionadas ao crack e a outras drogas.
Ainda de acordo com a pesquisa, 91% das cidades não possuem programa de combate ao crack e não recebem nenhum auxílio dos governos federal e estadual para promover ações de prevenção. “Há uma omissão total. Se os recursos não forem definidos em lei, vai continuar como está. Até o ministro da Saúde já admitiu que há uma epidemia de crack no País”, afirmou Ziulkoski.
Já o subsecretário de Políticas sobre Drogas de Minas Gerais, Cloves Benevides, que também participou da audiência pública, disse que o governo mineiro criou uma linha telefônica específica para pessoas que de alguma forma enfrentam problemas com drogas ou têm parentes nessa situação.
O número é o 155 e as pessoas podem ligar de graça, de qualquer cidade do estado. “Esse serviço foi lançado em agosto. E já recebe por mês cerca de 30 mil ligações. Isso mostra que as pessoas ainda não têm informações sobre os serviços sociais”, disse Benevides.
Reportagem – Jaciene Alves
Edição – Marcelo Westphalem

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Formulação de programa de combate às drogas avança no governo


Por Yvna Sousa | Valor
BRASÍLIA – A secretária nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, esteve nesta sexta-feira com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, no Palácio do Planalto. Em pauta, o Programa Nacional de Enfretamento ao Crack e Outras Drogas, que está sendo preparado pelo governo federal.
A ministra Gleisi Hoffmann tem sido uma das principais articuladores do programa e tem se reunido semanalmente com os diversos órgãos do governo envolvidos. O programa está sendo estruturado em duas frentes: a de segurança pública e a de saúde pública para buscar a articulação de ações de vários ministérios para uma política efetiva de combate às drogas.
Regina Miki foi convidada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para comandar a Senasp pela sua atuação de destaque na área de segurança pública. Em 2001, ela se destacou no comando da Secretaria de Defesa Social de Diadema (SP), cidade que era considerada uma das mais violentas do mundo. Sete anos depois, quando deixou a secretaria, a taxa de homicídios de Diadema estava abaixo da média nacional, e a experiência foi premiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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